quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Como um Funcionário do Google

Hoje, além de mais um de meus pensamentos, é uma data que eu faço questão de registrar.
Hoje eu recebi o primeiro salário do novo escritório de arquitetura e ambientação onde trabalho.
Há quase três anos trabalho como designer de interiores, profissão ainda (ao meu ponto de vista) carente de reconhecimento no mercado.
Nesse tempo, passei por dois escritórios de arquitetura, alguns trabalhos autônomos e/ou empresariais... E mesmo com uma série de percalços, gosto do que faço.
Descobri por acaso, amo por opção.
Há pouco, lia em uma revista, uma matéria sobre o emprego que dez entre dez jovens dos Estados Unidos apetecem: ser um funcionário do Google. E antes que vocês perguntem:
“- O que isso tem a ver?” Apenas leiam.
Ao mesmo tempo em que a empresa é um ideal de realização pessoal, ganhou o bi no ranking anual de empresas com melhor reputação nos Estados Unidos. Não é fácil, mas o Google alcança isso sem terror nem chicotada nos funcionários. Sim, a cobrança é alta, mas os resultados chegam graças ao clima de descontração que a empresa procura manter seus quase 20 mil funcionários (Brasil incluso).
Desde que a filial brasileira foi aberta em 2005 (com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte), só um funcionário foi demitido por baixa produtividade. O resto dos quase duzentos funcionários “sofre” feliz.
No Google qualquer um pode trabalhar de bermuda e chinelos, e ninguém tem hora pra chegar. Máquinas de refrigerante e salgadinhos, junto com o restaurante, são gratuitos.
O ambiente é aberto, sem divisórias ou paredes entre os departamentos. Se você está num dia ruim, sem cabeça pra trabalhar, não tem problema: há uma sala com jogos, videogames e mesa de sinuca, entre outros. Já para a dor de cabeça e cansaço: salas com redes e pufes.
Ninguém controla quantas horas você fica na mesa. A cobrança é em cima da produtividade, dos projetos que você ajuda a desenvolver.
Não bastasse tudo isso, o Google ajuda nos gastos extras de seus funcionários, que vão da simples manicure a cursos de inglês, com uma “paradinha” por academias de ginástica.
E ainda não acabou... Não bastassem essas “regalias”, os colegas podem indicar uns aos outros para receber prêmios como jantares e viagens ou simplesmente, bônus no salário.
(...)
Na minha humilde (nem por isso menos maravilhosa) realidade, não existe tais máquinas ou salas, porém, existe a mesma cobrança e a mesma liberdade a nível profissional/visual, no qual eu posso afirmar a influência positiva sob minha produção.
Nossos momentos de liberdade, silêncio, calma, nervosismo, alegria, tristeza, decepção, descontração, divergência, concordância, entre tantos outros, servem apenas para vigorar a relação “somos uma equipe” e a sensação de que eu estou enfim com uma segunda família, a família que eu escolhi, ou seja, estou entre amigos. Esses são apenas alguns, dos milhares de motivos que eu poderia citar aqui... Tão poucos entre tantos existentes que fazem com que eu me sinta como um funcionário do Google.
Some ao conjunto, o componente mais importante: o reconhecimento como um profissional.

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