quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Passei. Passo. Passarei.

Eu, no centro, no meio, no ponto exato, em equilíbrio.
Por que custa tanto alcançar esse lugar? Por que passar por tantos testes, por que se permitir tais testes? Ora, quando temos em mente que é esse o lugar onde queremos estar, não poderíamos simplesmente chegar lá sem precisar passar por testes? Sem precisar pôr conhecimentos na mesa e retirar sofrimentos da bagagem, sem fazer auto-avaliações, sem se prender a projeções?
Sou acostumado aos extremos, aos 8 ou 80, ao “tá tudo ótimo!” – “tá tudo péssimo!”
Ando entre os extremos, sempre andei. Cansei.
Hoje eu procuro as características comuns entre os extremos para me manter sob distância máxima. Recorro à bagagem bagunçada das minhas experiências extremistas pra chegar a um lugar de conforto do qual eu possa chamar de meu. Um lugar do qual eu possa sentir a segurança tão almejada pra poder falar, sem medo de me arrepender, um sim ou um não. Sair do talvez, sair do “quem sabe”, sair do “vamos ver”, “vamos tentar”. E é na certeza da ausência dessa segurança que sinto o quão necessário se faz o estudo do fruto obtido através das experiências vividas, do conhecimento adquirido, a degustação proveitosa do sabor que só você vai conseguir definir. É seu! É colheita da sua plantação! Use-a para fazer bem a você.
Censurar a vida em excessos não é o que eu quero fazer, afinal, eu precisei passar pelos excessos pra saber que neles eu não me enquadro. Precisei gastar demais, projetar demais, amar demais e odiar demais pra saber que eu não preciso do “demais”.
Uma vida vivida intensamente tem lá suas coisas boas, contudo, te priva da segurança – seja essa qual for: a financeira, a afetiva, etc.
Falo aqui da segurança que nós somos incentivados a buscar desde que tomamos conhecimento de que viver custa caro, meus caros. O passo em falso hoje, resulta na queda em um buraco do qual você (sem boa preparação) jamais vai conseguir sair sozinho. A mesma segurança que se faz necessária no uso do bom discernimento a situações das qual você jamais imaginaria passar.
Por esses dias tenho me assemelhado a um balão prestes a alçar vôo. À medida que você vai enchendo o balão, se o mesmo não estiver bem preso e munido das coordenadas corretas de pouso, a tendência é que alce o tão desejado vôo de maneira impulsiva; sem se preocupar onde, quando e como irá pousar.
Nesse caso, o que faz com que o balão voe apenas no momento exato?
Os pinos que predem-no ao chão. Esses pinos representam hoje em dia as minhas ambições, a minha família, os meus amigos, os meus planos de vida e principalmente: as minhas experiências extremistas que, quando juntos, me auxiliam e me guiam ao caminho certo.
Tudo isso soa mais um texto auto-ajuda dentre milhares de outros existentes por aí.
Tudo isso na verdade não passa de um desabafo da minha consciência que – de maneira segura me afirma que aqui, eu to apenas de passagem, e cabe a mim - único e exclusivamente - dá um bom sentido a essa estadia. Amado as pessoas certas, projetando as coisas certas, discernindo sobre o que de fato é certo. No meu filme predileto, em um determinado momento, um dos personagens principais solta: “- Quanto mais você sabe quem você é e o que você quer, menos deixa que as coisas o perturbem.”
Eu sempre termino dizendo: “- É bem por aí, dona Sofia Coppola. É bem isso aí.”