terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Pra Encerrar O Ano

Um beijo gostoso e um grande abraço: coisa de cinema.
2011 - O ano do afago.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Teu Nome Em Tudo Que Amo

É dezembro e eu nunca soube de você. Na verdade, eu o confundi com as ondas que chegavam até meus pés na praia. Imaginava – encantado - seus olhos e minha cabeça rodava sem noção. Tão distraído eu ficava, que aquele mar molhava meus pés, de tênis sem meia e eu sequer me importava.

Olhava para o céu acompanhando o fluxo das nuvens sopradas pelo vento - um homem pescava na murada da ponta da praia e nunca imaginaria estar tão ligado a alguém. Cheguei muito perto da arrebentação e implorei ao mar que um barco, talvez um navio enorme, entrasse na barra. Queria vê-lo acenando para mim da proa do navio. Mas nada disso aconteceu. Só alguns mergulhos e gosto de sal. E assim tomava sol sem piedade - até torrar a alma por duas gerações - e alucinava a medida em que o pensamento desabava em ti.
Eu, o doido do litoral.
Resolvi, pela solenidade do meu sentimento, não nomeá-lo. Deixei esse segredo rolar por dentro das minhas veias por anos e seu nome tornou-se apenas meu.

Nunca dizia o seu nome, era um segredo. Um segredo entre eu e o mar.
Mas batizei muitas das coisas que eu gosto com teu nome: telas, músicas, livros, cartões, xícaras, caderno de anotações, entre outras pirações.
O seu nome em bilhetes, em papéis encontrados no fundo da gaveta, em dedicatórias, momentos, todos os bons sentimentos... E em tantas outras coisas por aqui...

Por fim,
No barulho do mar e na reverberação da concha em que eu produzi você.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Café Com Creme

Café com creme ao sabor da orla oceânica

preenche o vazio do olhar

que mira o farol encoberto pelo entardecer.

Café com creme para os pensamentos vãos

morte, angústia, solidão e folhas secas

no meio da ondas.

O farol responde ao longe

que tudo é possível a criação

e uma voz que chega à arrebentação

entre as espumas diz:

a morte é inevitável,

a angústia passageira

e a solidão é criação humana.





Abri os braços e parti, abandonei o berço -

voei na vastidão da Baía sobre o mar

entre as brumas,

nevoeiro baixo , provoquei as ondas

olhei os pequenos pássaros que já

se recolhiam e faziam rasantes nas

ondas;

Farol ao largo, navio silencioso e fantasma -

um apito seco e único indicando o fim

ou o começo.

Ao sabor da orla oceânica

cidade farol:

metade triste,

metade alegre,

você só vale um café com creme.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Garota Vodu

Sua pele é um claro tecido
Tudo costurado e refeito.
Muitos alfinetes coloridos
Despontam-lhe à altura do peito.

Olhos que giram como discos,
Ela possui dos belos pares.
Olhos de poderes hipnóticos,
Olhos de apaixonar os rapazes.

Rapazes que coloca em transe,
Como verdadeiros zumbis.
É o caso de um zumbi francês,
Que depois só dizia: "Oui, oui".

Mas ela também tem uma sina
Que jamais pode ser quebrada
Se alguém dela se aproxima
Seu coração sente as espetadas.





















Do livro de Tim Burton, "O Triste Fim do Pequeno Menino Ostra e Outras Histórias"
Ilustração de Tim Burton.

domingo, 20 de junho de 2010

Sudoeste*

(...) Tenho por princípios
Nunca fechar portas
Mas como mantê-las abertas
O tempo todo
Se em certos dias o vento
Quer derrubar tudo?(...)






*Adriana Calcanhotto & Jorge Salomão

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Exaurir Da Consciência

Eu tinha jurado que não usaria de bom português pra mostrar repulsa ou qualquer outro sentimento sobre a vitória do ser Marcelo Dourado na última edição do Big Brother Brasil; mas, ao conversar com alguns amigos, percebi que isso seria “inevitável”.
Com certeza algumas pessoas rebaterão:

“– O que leva uma pessoa a perder tempo assistindo o Big Brother Brasil e pior, ainda comentar sobre isso?”

Eu respondo dizendo que há dezenas, centenas, que serão expostos posteriormente (ou não); sobretudo o mais importante deles: que ao assistir o Big Brother você tem uma verdadeira aula de tudo, absolutamente tudo o que você não deve ser ou saber e o contexto final acaba sendo divertido.
Bem, pra não perder o foco... A pergunta que não me saiu da cabeça nesses últimos dias foi:

“– O que leva as pessoas que assistem a aquele programa diariamente (ou a produção do programa – afinal, não vamos esquecer o significado da palavra máfia), as que montam fã-clubes das “estrelas” protagonistas... etcs... etcs... O que motiva tais pessoas a presentearem com um milhão e meio de reais o pior de todos os protagonistas?”

Sabem... Homofobia não é a primeira coisa que vem a cabeça, por mais que muitos que leiam isso achem que não; é a mais pura verdade. Antes dos comportamentos homofóbicos, me vêem em mente os comportamentos higiênicos, ou, a ausência total deles vindos do ser (agora sir.) Marcelo Dourado.
E não posso falar em homofobia! Afinal, um homem que fala que ao ouvir conversas sobre gays tem ânsia vômito e que, ao imaginar um beijo gay tem como atitude levantar de uma mesa, pegar o seu prato com almoço e jogar a comida no lixo, não poder ser considerado homofóbico! Nunca! Aliás, como disse Pedro Bial, o inteligentíssimo apresentador do programa.
E como machista então? Um homem que declara que antes de presentear uma mulher, tem que deixar ela pastar bastante, ser machista? Não! Nunca!
E olhem que eu nem joguei o “deixar pastar” a fins sexuais.
O que isso, gente? Não vamos ofender o Dourado né?
O fato é que diante de tudo isso, eu ainda não consegui encontrar a resposta do por que as pessoas escolheram Marcelo Dourado merecedor gratuito de um milhão e meio de reais, porém encontrei conclusões bem mais esclarecedoras de tudo isso, são elas:


1ª – Essa “vitória” prova que a razão ainda encontra muita, mas muita dificuldade em se comunicar com o irracional.

2ª – Essa “vitória” prova o quanto custa à consciência interferir no inconsciente.

3ª – Essa “vitória” prova que o intelectual nem sempre se sobrepõe ao animal.

4ª – Essa “vitória” prova que não basta saber pra logo ser.


E antes de serem esclarecedoras, essas conclusões são, ao menos pra mim, tristes. Tendo em vista claro, a porcetagem de votos.
Por fim, resta apenas tentar entender (num dia que eu estiver sem nada pra fazer – mas nada mesmo), tais motivos.
Se bem que não acho que será tão difícil, afinal, não é muito raro ver o trabalho mental declarar estafa.
Ih, acho que encontrei a resposta que procurava!

domingo, 28 de março de 2010

Acontece







Pra Noah