quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sobre Adriana Calcanhotto


Desde seu nascimento, em 03 de outubro de 1965, Adriana Calcanhotto ouve música de qualidade. Seu pai era baterista de uma banda de jazz e bossa nova, e sua mãe, bailarina. O repertório de músicas ouvidas em sua infância era banhado de Astor Piazzola a Milles Davis e João Gilberto. Ao iniciar seus estudos de música em 1977, teve como influência de seu professor os músicos Tom Jobim e João Donato. Além da música, Adriana é uma assídua leitora de publicações sobre Modernismo no Brasil e em algumas fases da sua vida chegou a largar a música para atuar como ‘performer’ em peças teatrais e se dedicar à composição.
Foi em Porto Alegre, no ano de 1984, que Adriana Calcanhotto iniciou sua carreira profissional de cantora, tocando e cantando em casas noturnas e bares da cidade. Seu show de estréia chamava-se “Crepom”, com direção de Luciano Alabarse. Em 1987 a cantora estreou o show “Nunca Fui Santa”, com composições próprias e músicas de carnaval.
Participou, em Porto Alegre e em São Paulo, de espetáculos em homenagem à Elis Regina e em 1988 estreou o show “Batom”, que na época teve recorde de público. A partir daí, Adriana ganhou projeção nacional, após fazer sucesso com o espetáculo dos melhores momentos de todos os shows já apresentados. Depois do sucesso, a cantora assinou com a CBS e gravou o seu primeiro disco, chamado “Enguiço”, que renderia o prêmio de “Revelação Feminina”, no 4º Prêmio Sharp de Música, além de controvérsias entre os críticos da época, que dividiram suas opiniões sobre seu verdadeiro talento.
Em 1992, Adriana Calcanhotto lançou o 2º disco, intitulado “Senhas”. A música “Mentiras” entrou na trilha sonora da novela “Renascer”, da TV Globo, e estourou em todas as rádios do país. Esse CD abriu as portas para que Adriana fizesse shows em grandes casas de espetáculos, como o Canecão, no Rio de Janeiro, e rendeu ainda o primeiro disco de ouro da intérprete.
Com 10 anos de carreira, a cantora lançou o terceiro disco, o eclético “A Fábrica do Poema”, que em 1994 foi considerado o “disco do ano” pelos críticos de música do Rio de Janeiro e que contava com parceiros como Waly Salomão e Arnaldo Antunes, além dos indispensáveis ‘hits’, como a música “Metade”.
Quatro anos mais tarde, surgiu “Maritmo”, o 1ª de uma trilogia, com as participações especialíssimas de Hermeto Pascoal, Dorival Caymmi, Pedro Luis e a Parede e Waly Salomão.
Em 2000, o CD “Público” - desta vez pela gravadora BMG - foi gravado ao vivo, com quatro músicas trabalhadas em estúdio. O DVD veio para coroar e mostrar o encontro de Adriana com seu público.
O disco “Cantada”, lançado em 2002, também teve participações especiais como Los Hermanos e Daniel Jobim, entre outros. Um álbum com intenção de ser simples e que termina em ousadia.
O ano 2004 marcou a carreira de Adriana Calcanhotto com inovação. Foi o ano de lançamento do CD “Adriana Partimpim”, em que a cantora usou um pseudônimo, utilizado também para o título do disco, feito para crianças, ou como Adriana prefere chamar, “disco de classificação livre”. Esse é o sétimo álbum da carreira e um projeto audacioso iniciado em 1999, que lhe rendeu os prêmios “Faz Diferença” do jornal O Globo, e na categoria “Melhor disco infantil”, o Prêmio Tim.
Com muitas apresentações pelo mundo, Adriana ainda tem projetos paralelos, como a interpretação de “Eu Sei Que Vou te Amar” no filme “Vinícius”, lançado em 2005.
E agora, em 2008, das águas dos mares veio novamente a inspiração para o novo CD da Adriana. Lançado recentemente, o álbum "Maré", oitavo disco da cantora e segundo disco de uma trilogia pelos mares. O trecho referido compõe a música “Quem vem pra beira do mar”, de Dorival Caymmi, regravada pela cantora no primeiro disco sobre o tema – "Maritmo", em 1998.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Adriana Calcanhotto afirmou que pelo fato de muitas músicas terem ficado de fora há chances de que o terceiro cd não demore muito a sair. Ela foi para o estúdio com 20 canções e gravou apenas 11. Dentre elas, "Onde andarás" – de Caetano Veloso e Ferreira Gullar , "Para lá" – parceria com Arnaldo Antunes, "Sem saída" – poema de Augusto de Campos, "Teu nome mais secreto" – sua última parceria com Waly Salomão.
Nas músicas de "Maré" navegam outros músicos e parceiros como Péricles Cavalcanti, Antonio Cicero, Cazuza, Marisa Monte, Gilberto Gil, Rodrigo Amarante entre outros.
Como a própria Adriana definiu, "Maré" é um disco de transição entre Maritmo e a obra que está por vir – “Talvez por estar entre o primeiro e o terceiro é que ele tenha ficado tão entre a mulher e o peixe, entre a palavra e o emaranhamento quântico, entre a linguagem e o indizível.”
Depois de passar pela Argentina, a turnê de divulgação do disco que voltou recetemente de Portugal segue pelo Brasil.
No dia 17 de Outubro, Adriana fará a primeira, de duas apresentações aqui em Recife, no centro de convenções da UFPE.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Plantando Árvores

Se for verdadeira aquela velha frase clichê sobre a realização do ser humano, definitivamente, não posso morrer: não tenho um filho, não escrevi dez livros e só pude plantar até hoje, uma única árvore. Mas, ao contrário do que possa parecer, a última parte foi justamente a mais difícil e a que mais insegurança me causa. Ter um filho é algo escolhido, planejado.
Escrever livros pode ser um tipo de necessidade, dessas que surgem de repente e acabam fazendo parte da gente como respirar ou dormir.
Mas a árvore é outra história.
Para uma pessoa como eu, nascido e criado num ambiente urbano, não é fácil ter a chance de plantar uma árvore. E se hoje ainda é assim, imaginem quando eu era criança, entre os anos 80 e 90, quando ninguém falava na necessidade de se preservar o verde do planeta.
Sempre encarei as árvores como coisas que estavam lá, de pé, que serviam para fazer sombras e, no máximo, dar frutas. Mais nada. Só que quando criança, eu passava os fins de semana das minhas férias no sítio da minha avó materna e, um dia, por puro divertimento, minha avó resolveu que nós (eu e meus irmãos), as crianças da casa na ocasião, deveríamos plantar uma árvore.
E foi assim que nós três plantamos uma muda de mangueira. Na verdade, nem chegava a ser uma muda. Era apenas um caroço de manga chupado que, atirado no chão, tinha germinado. A descoberta do caroço aberto, com a mudinha despontando, é que dera a idéia a minha avó. E lá fomos nós, em grande excitação, munidos de pás e ancinhos plantar o caroço.
O trabalho foi feito de manhã bem cedo, mas lembro que, ainda assim, o sol ardia na nuca e o suor escorria. Mas nós achávamos ótimo! Limpamos o chão, que naquele ponto era coberto de capim, e cavamos o pequeno buraco onde foi colocada a semente germinada. Depois o caroço foi coberto com um pouco de terra (não muita) e regado com um pouco de água (não muita), segundo as instruções da minha avó. Ainda plantamos em torno da futura mangueira um punhado de mudas de uma planta rasteira chamada brilhantina, para enfeitar, e cercamos tudo com pedrinhas. Estava pronto o trabalho.
Dali em diante, foi esperar.
Nos fins de semana em que voltávamos para o sítio, cuidávamos e regávamos ao mesmo tempo em que íamos perdendo a paciência quando a muda começou a despontar seus pequenos talos verdes, afinal, vencendo a terra. De início, frágeis, logo começaram a se encorpar, a ganhar forma, anunciando os troncos em que se transformariam.
Isso nos animou e nunca deixamos de molhar as mudas, sempre de manhã cedo, assim que chegávamos ao sítio. Foi assim por um bom tempo, até que as férias acabaram e ninguém mais pensou no assunto. Mas um dia, muito tempo depois, a pequena muda tinha se transformado em uma árvore. Uma mangueira.
Não é muito, mas foi o que fizemos. Foi tarefa infinitamente aquém daquela feita no século dezenove a mando de D. Pedro II, o homem que praticou a ecologia antes de esta ser inventada. (e antes que perguntem: “– o que ele fez?”, lá vai: em 1861, D. Pedro desapropriou algumas fazendas, - cuja região não me lembro com precisão, porém se não me falha a lembrança de tal fato histórico, essas terras correspondem hoje em dia à área da Tijuca, no Rio de Janeiro – mandou chamar um homem, Manuel Archer, para cuidar do replantio. Ajudado por apenas seis escravos, Archer trabalhou durante onze anos, plantando mais de cem mudas, além de transplantar árvores já adultas. É incrível como me lembro de um fato que aconteceu há quase 151 anos? Não, não é. Principalmente quando se tem no colegial um professor de biologia que sempre me enriquecia – e às vezes me cansava – com tais fatos históricos. Biologia e História? É... mas enfim, prosseguindo...
É como eu disse: o que fizemos, de longe, se compara a isso, mas já foi alguma coisa, graças a minha avó, uma espécie de D. Pedro do sítio.
Durante muitos anos, enquanto continuei a passar férias no sítio, pude observar-la crescendo.
Ela, a árvore, que logo começou a dar frutos, tinha uma espécie de nó no tronco principal, parecendo uma cicatriz. Como alguma coisa guardada, que um dia precisasse sair.
É por isso que, muito tempo depois, quando o sítio precisou ser vendido e toda a região antes coberta do mais puro verde, foi loteada e favelizada, fiquei bastante inquieto.
A insegurança de que falei no começo é por causa disso. Não tenho coragem de passar lá. E fico me perguntando: “- será que preservaram a árvore?” / “- será que o terreno foi todo loteado?”
Porque de nada adianta ter plantado uma árvore se ela não ficou de pé. E mais: aquela mangueira sempre foi tão parecida comigo, com a criança que um dia a plantou e que também guardava um nó, desatado anos depois.


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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pura Bobagem?

Sabe aquelas perguntas bobas do dia-a-dia, que às vezes você faz e não sabe como responder?
Pois é: elas têm respostas – e, algumas, são ridiculamente simples.
Se você pensa que sabe tudo, responda depressa às seguintes:

1. Por que aqueles cortes superficiais, provocados por uma folha de papel, parecem mais dolorosos do que outros mais profundos?
2. Pra que serve o dente siso?
3. Por que os mais velhos usam calças altas na cintura, acima do umbigo?
4. Por que o pêlo não cresce no lugar da vacina?
5. Por que algumas galinhas põem ovos brancos e outras, ovos marrons?
6. Por que capas de chuva têm de ser lavadas a seco?

Essas e muitas outras perguntas aparentemente bobas têm respostas. Mas não é o tipo de pergunta que a gente se faça com muita freqüência.
Bem, existe um sujeito nos Estados Unidos, chamado David Feldman, cuja especialidade é responder a esse tipo de coisa. Uma vez por ano, sai um livro dele com as perguntas mais escalafobéticas e suas respectivas respostas. Feldman chama essas perguntas de imponderáveis e, antes de respondê-las, vai às fontes, consulta peritos, finge que não ouve se alguém dá uma risota quando ele faz a pergunta e não se dá por satisfeito enquanto não resolve o mistério. As respostas são muito mais simples do que se pensa.
Entre os livros que ele já publicou (todos inéditos no Brasil), estão “Why do clocks run clockwise?” (Por que os relógios andam no sentido horário?) e “When do fish sleep?” (“Quando os peixes dormem?”). Eis ai mais duas momentosas questões que, se lhe fossem perguntadas, você sem dúvida embatucaria pra responder. O sucesso de Feldman (seus livros vendem aos milhares) é a prova de que, na verdade, não existem perguntas bobas.
Se fossem, eu ou você saberíamos responder.
Ok, então, por que o corte num dedo, provocado por uma folha de papel, consegue ser tão penoso? Porque os terminais nervosos estão localizados perto da superfície da pele, e as mãos, onde ocorre a maior parte desses cortes, são uma das regiões do corpo mais infestadas de terminais nervosos. Foi o que disseram os especialistas em cortes, provocados por folhas de papel, consultados por Feldman.
E para que serve o dente siso? “Pra doer!” – respondem os espíritos-de-porco. Ou para enriquecer os dentistas encarregados de extraí-lo, diriam outros. A grande verdade é que nenhum dos quatros sisos serve atualmente pra nada – mas já serviram.
Houve um tempo (ponha aí alguns milhões de anos) em que a carne consumida pelo homem era mais dura que a de certas churrascarias da sua, da minha cidade. Mas esse homem primitivo, com suas mandíbulas equipadas de valentes sisos, era capaz de transformá-la em patê, depois de algumas horas de mastigação. Pensando bem, os sisos têm a sua serventia ainda hoje.
Ah, sim, aquela história de os mais velhos usarem calças acima do umbigo. E não estou me referindo a uma calça ajustada à altura do umbigo, mas aquela que o cidadão usa quase debaixo do braço – sim, ainda existe gente assim! Os estudiosos do assunto ofereceram várias explicações a Feldman, algumas perfeitamente idiotas. Uma dessas é a de que, com a idade, as pessoas tendem a perder a altura – donde uma calça que se equilibrava normalmente nos quadris até algum tempo, começará a se arrastar pelo chão. A falha dessa teoria é a de que, quando os mais velhos compram calças novas, afivelam seus cintos do mesmo jeito: um palmo acima do umbigo. Outra teoria diz que os mais velhos usam as calças desse jeito para esconder a barriga. Mas não explica porque os jovens com as mesmas necessidades de esconder a barriga usam suas calças nos quadris. A resposta está na seguinte explicação: todas as calças fabricadas antes da conversão da humanidade aos jeans, em meados dos anos 60, eram feitas com a chamada “cintura alta”. Os remanescentes daquela época (os homens hoje com idade entre 60 – 70) acostumaram-se aquilo e mesmo com as calças novas, não se sentem bem equilibrando as calças nos quadris, como (ainda bem!) se tornou moda.
E quer saber por que não nasce pêlo na marca da vacina? Porque a marca da vacina é uma cicatriz como qualquer outra, provocada por uma inflamação que destrói os folículos capilares. Se você se preocupa que sua marca de vacina é careca, saiba que é possível fazer um implante de cabelo nela – mas só faça isto se não tiver um projeto mais urgente ou mais importante pra fazer. Quanto àquela história dos ovos brancos ou marrons (a resposta é tão simples que é uma vergonha repeti-la, mas...): depende da raça da galinha. As leghorns (legornes, como as chamamos aqui) põem ovos brancos e como são quase universalmente preferidas por tornarem-se adultas mais cedo, a maioria dos ovos consumidos no mundo é de cor branca. Os outros tipos de galinhas põem ovos em vários tons de marrons. Se você quiser saber se uma galinha porá ovos desta ou daquela cor, basta examinar a pele que cerca seus ouvidos. (os ouvidos da galinha, não os seus)
Se for branca, os ovos serão brancos, se for vermelha, você terá lindos ovos marrons ou quase. Quanto ao valor nutritivo de uns e de outros, não tenha ilusões: é extremamente igual. O colesterol também.
E por que a maioria das capas de chuva vem com aquela etiqueta recomendando que elas sejam lavadas a seco, se sua função é justamente a de tomar chuva e não ficar molhada? Exatamente por isto: para que os produtos que impedem a capa de ficar ensopada quando você sai cantando na chuva não sejam destruídos pelos detergentes que se usam na lavagem de roupa. Só tem uma coisa: os solventes usados na lavagem a seco também atacam o repelente de água presente na capa de chuva.
Donde, a lavagem com água acaba se tornando menos perigosa para o destino de sua capa, se você enxaguá-la até tirar o último vestígio de detergente. E, afinal, que diabo! A capa que sai a chuva é pra se molhar!
Enfim, essas são algumas das perguntas que o David Feldman responde sem seus livros.
No fim, tudo isso será realmente pura asneira?
Bem, eu acho muito mais importante do que saber, por exemplo, com quem e realmente quando a (santa) Sandy iniciou sua vida sexual.


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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Bálsamos Urbanos

A idéia que temos das grandes cidades brasileiras é de conglomerados caóticos, sujos, violentos, onde o trânsito é um pandemônio, onde crimes e assaltos se sucedem, onde epidemias eclodem, onde as ruas estão cheias de buracos, onde prédios, pichados de cima a baixo, deterioram inexoravelmente, onde as pessoas são nervosas e irascíveis.
Verdade.
Mas também é verdade que as cidades não nasceram para serem redutos de problemas, e sim para aproximar pessoas. Seres humanos gostam de conviver, precisam de convivência e, mesmo nas megalópoles, encontramos aqui ou ali, lugares que dão testemunho desta vocação. Surpreendentes cenários que de repente tornam-nos mais otimistas e afetivos. Andei pensando a respeito e conseguir fechar uma lista com dez desses lugares
Pois bem; aqui vão três dos dez cenários urbanos que, ao menos pra mim, podem atuar como bálsamos nas nossas vidas.

O primeiro deles e também o mais democrático: o mercado público.
Quase todas as cidades têm, e alguns deles, como o de Porto Alegre, Salvador, são lugares históricos. Mas poucas pessoas vão ali por conta da história; o mercado é um símbolo de abundância, e freqüentemente, um bom reduto gastronômico. Claro, ninguém espera encontrar ali “haute cuisine”, mas se é pra se comer abundantemente, aquele é o lugar.
E também é o lugar para comprar artesanato local, objetos típicos, etc.

O segundo cenário: a pracinha.
De alguma maneira, as cidades conseguem preservar, em alguns lugares, pequenas praças, às vezes muito antigas. Essas praças, caracterizadas por jardins modestos, mas com gramados, flores e também algumas copadas árvores.
Um busto em bronze de alguma figura do passado, freqüentemente esquecida, às vezes confirmando um dito de Mário Quintana segundo o qual: “Um engano em bronze é um engano eterno.”

O terceiro cenário é o colégio.
Pode ser a pequena escola de nosso bairro, o lugar onde fomos alfabetizados, onde descobrimos a leitura.
Por essa escola, passamos às vezes, e lá estão as crianças no pátio, correndo e brincando. Por um momento, nos detemos; por um momento, voltamos no tempo.
E depois, sorrindo nostalgicamente, prosseguimos certos de que a vida tem sentido. Talvez não saibamos bem que sentido é esse.
Mas reconhecemos, com certa emoção, o cenário onde ele nasceu.


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