domingo, 25 de março de 2012

Dos Diálogos Nº 1

Às 16h47

- Você acredita no amor?

- Não, não posso colocá-lo em um detector de mentiras.

- Mas tem certeza que não acredita no amor?

- Hum hum.

- Mas eu te amo, você não acredita em mim?

- Acredito. Acredito na sua incrível capacidade de ficar falando sobre o mesmo assunto durante dias, acredito que quando você põe alguma coisa na cabeça não tem quem tire, acredito que você é capaz de gastar uma fortuna em algo que nunca vais usar e às vezes até acredito que você realmente não se importa com o fato de eu estar perdendo cabelo. Mas a pergunta era se eu acerdito no amor, e não em quem me ama…

Às 20h19

- Você tem razão…

- Não disse, era muito melhor nós termos comprado creme de ervilha ao invés do de cebola…

- Não estou falando disso, estou falando sobre aquela história de amor… Você tem razão, é muito difícil acreditar em um sentimento que tem como base o tal do inconsciente. Fora as funções químicas que ocorrem no cérebro sejam elas dependentes ou não de fatores externos. O amor é pouco confiável.

- Assim como esse creme de cebola, a gente só soube que era ralo depois de abrir, logo, como não temos como abrir o amor e dizer o que está dentro, como podemos dizer se ele é bom ou ruim?

- Eu nunca mais vou dizer que te amo, afinal nós nunca saberemos exatamente o que isso significa.

- Mas você ainda quer dividir a sua vida, os seus sonhos, a sua cama, seu domingo preguiçoso e esse creme de cebola ralo e ruim comigo?

- Sempre.

- Então que se foda o amor, sou mais eu e você.

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