quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Teu Nome Em Tudo Que Amo

É dezembro e eu nunca soube de você. Na verdade, eu o confundi com as ondas que chegavam até meus pés na praia. Imaginava – encantado - seus olhos e minha cabeça rodava sem noção. Tão distraído eu ficava, que aquele mar molhava meus pés, de tênis sem meia e eu sequer me importava.

Olhava para o céu acompanhando o fluxo das nuvens sopradas pelo vento - um homem pescava na murada da ponta da praia e nunca imaginaria estar tão ligado a alguém. Cheguei muito perto da arrebentação e implorei ao mar que um barco, talvez um navio enorme, entrasse na barra. Queria vê-lo acenando para mim da proa do navio. Mas nada disso aconteceu. Só alguns mergulhos e gosto de sal. E assim tomava sol sem piedade - até torrar a alma por duas gerações - e alucinava a medida em que o pensamento desabava em ti.
Eu, o doido do litoral.
Resolvi, pela solenidade do meu sentimento, não nomeá-lo. Deixei esse segredo rolar por dentro das minhas veias por anos e seu nome tornou-se apenas meu.

Nunca dizia o seu nome, era um segredo. Um segredo entre eu e o mar.
Mas batizei muitas das coisas que eu gosto com teu nome: telas, músicas, livros, cartões, xícaras, caderno de anotações, entre outras pirações.
O seu nome em bilhetes, em papéis encontrados no fundo da gaveta, em dedicatórias, momentos, todos os bons sentimentos... E em tantas outras coisas por aqui...

Por fim,
No barulho do mar e na reverberação da concha em que eu produzi você.

2 comentários:

gustavo lira disse...

que lindo isso aqui!!! tava passeando na net e encontrei teu blog, virei fã! você escreve bem e é um leitura super gostosa de fazer. parabéns! :)

Rodrigo Severiano disse...

Obrigado, Gustavo!